O último trabalho da coreógrafa portuguesa Cláudia Dias, Vontade de Ter Vontade, é um itinerário onde as dimensões individuais, coletivas, pessoais e históricas coabitam num mesmo espaço. Um solo inspirado em duas obras dos escritores e pensadores Tony Judt e Boaventura de Sousa Santos que é simultaneamente autobiográfico e político. Esta peça representa uma reflexão a microescala do que ainda é possível fazer. Nas palavras da artista, Vontade de Ter Vontade traça um panorama do momento atual que se vive na Europa, pondo de manifesto as relações entre norte e sul, entre o colonizador e o colonizado, entre o centro e a periferia. É também um manifesto contra o inevitável.
Cláudia Dias clama à responsabilidade de não desistir, numa peça que prolonga o seu trabalho sobre a identidade e o território a partir de One Woman Show (2003), Visita Guiada (2005) e Das coisas nascem coisas (2008), peças que a reafirmam como uma das mais importantes autoras de dança contemporânea da terceira geração de coreógrafos portugueses, aqueles que aprenderam de quem iniciou a Nova Dança Portuguesa a finais dos anos 80 e que continuam o caminho aberto por este movimento.
Cláudia Dias (Lisboa, 1972) inicia a sua formação como intérprete no Grupo de Dança de Almada e no coletivo Ninho de Víboras. Colabora com o RE.AL na estratégia de criação de João Fiadeiro e a sua Técnica de Composição a Tempo Real (CTR). O seu trabalho como coreógrafa e performer, a meio caminho entre as artes visuais e a dança, tem sido acolhido por várias instituições, teatros e festivais nacionais e internacionais.
Onde: Museo Reina Sofia
Quando: 6 março, 2014 – 20:00 h / Edifício Nouvel, Auditório 400
Grátis. Previamente, há que ir buscar os bilhetes à bilheteira do museu.