Jorge Palma faz 70 anos
Apresento-vos, se é que ainda não o conhecem, Jorge Palma, um músico, compositor e cantor português da velha e da nova guarda, a nossa versão muito particular de um Sabina, um artista um tanto canalha e notívago como poucos. Anda há mais de 50 anos no mundo da música. Se bem que fez parte da banda de rock progressivo, Sindicato, nos seus primórdios, e até cantava em inglês, acabou por se passar para o português e por enveredar por uma carreira a solo.
As suas letras são míticas e inconfundíveis, bem como o é a incontornável voz quase sempre acompanhada do incansável piano. O seu público fiel é do mais variado, já que Palma reúne miúdos e graúdos nos seus espectáculos.
As músicas de Palma
Em 2015, fez uma espécie de retrospetiva em parceria com outro dos grandes, Sérgio Godinho, que teve como resultado um disco onde cada um interpreta trabalhos do outro, “Juntos“, a par com vários concertos por todo o país. Neste projeto incluíram ainda um original criado em exclusivo para “Juntos” e que aqui vos trago: Caso for esse o caso.
Juntos, disponível em: iTunes http://po.st/fwKJfh Apple Music http://po.st/D3jK4Z Spotify http://po.st/zlSLQW
Bairro do Amor, de 1989, é uma das minhas muitas preferidas de Palma.
Onde há sempre lugar para mais alguém
O bairro do amor foi feito a lápis de cor
Por gente que sofreu por não ter ninguém
Num cachimbo a rodar de mão em mão
No bairro do amor há quem pergunte a sorrir:
Será que ainda cá estamos no fim do verão?
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu me compreendes bem
De café em café, de bar em bar
No bairro do amor o sol parece maior
E há ondas de ternura em cada olhar
Onde não há prisões nem hospitais
No bairro do amor cada um tem de tratar
Das suas nódoas negras sentimentais
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu me compreendes bem