2022 marca o regresso dos Santos Populares
As tradicionais Festas de Lisboa, sob o pretexto de celebrar o seu padroeiro festeiro, Santo António de seu nome, a 13 de junho, estão de volta em 2022 após dois anos de ausência devido à Covid-19.
Como em edições anteriores, durante todo o mês de junho, estão programados montes de “arraiais” (verbenas) espalhados por todos os bairros da cidade la luz boa, para além de inúmeras outras formas de festejar o santo.
Sardinhas
O aroma tão típico a sardinha é o mais presente pelas ruelas da cidade em junho, impregnando a vida dos bairros de Alfama, Castelo, Bairro Alto, Madragoa e restantes bairros populares da cidade “alfacinha”. E de há 12 anos a esta parte, a sardinha tem vindo a ser alvo de um concurso de ilustração onde se escolhem os desenhos mais criativos que, mais tarde, serão expostos e se replicarão em milhares de objetos tais como malas, cadernos, t-shirts, etc… Aqui abaixo temos a vencedoras de 2021; como veem, o concurso está aberto a participantes de todos os países.
Marchas Populares (desfiles)
As “marchas” desfilam pela Avenida da Liberdade a 12 de junho desde 1932. Nelas, os diferentes bairros da cidade competem entre si (e ganha quase sempre Alfama!) e são avaliados os trajes, a coreografia, a música, a homenagem às tradições da cidade. Cada bairro escolha duas figuras públicas para apadrinhar a marcha; de resto são as gentes anónimas de cada bairro que desfilam . Aqui ficam as imagens da marcha de Alfama de 2018, vencedora dessa edição bem como da anterior:
Uma das marchas tradicionais mais antigas e conhecidas é “Cheira a Lisboa”, popularizada pela fadista Amália Rodrigues, que aqui passamos a relembrar:
Aqui fica a letra em português e um desafio: qual o sentido da expressões assinaladas?. Para facilitar a missão, aqui fica o respetivo significado em espanhol:
- ático de una vivienda
- vendedora de pescado que vendía por la calle
- calle estrecha
- planta aromática
- filetes de hígado con patatas
- disimulada
Quando nasce a madrugada sorrateira
E o primeiro elétrico da rua
Faz coro com as chinelas da Ribeira
Procissões têm o cheiro a rosmaninho
Nas tascas da viela mais escondidas
Cheira a iscas com elas e a vinho
Cheira bem, cheira a Lisboa
Uma rosa a florir na tapada
Cheira bem, cheira a Lisboa
A varina que teima em passar
Cheiram bem porque são de Lisboa
Lisboa tem cheiro de flores e de mar
E o fado cheira sempre a solidão
Cheira a castanha assada se está frio
Cheira a fruta madura quando é verão
Manjerico tem cheiro de cantigas
E os rapazes perdem o juízo
Quando lhes dá o cheiro a raparigas
Cheira bem, cheira a Lisboa
Uma rosa a florir na tapada
Cheira bem, cheira a Lisboa
A varina que teima em passar
Cheiram bem porque são de Lisboa
Lisboa tem cheiro de flores e de mar
Cheira bem, cheira a Lisboa
A varina que teima em passar
Cheiram bem porque são de Lisboa
Lisboa tem cheiro de flores e de mar